quarta-feira, 23 de maio de 2007

Globalização x Mundialização


A globalização é o ápice visível neste tempo histórico do desenvolvimento capitalista e de sua irracionalidade. Irracional, porque projecta um descuramento crescente dos valores mercantis face aos fundamentos económicos, regista uma sociabilidade cada vez mais problemática. Trata-se, contudo, de uma irracionalidade inteligível desde a lógica do capital e de seu movimento histórico por se libertar dos controles que a sociedade lhes tenta impor e inteligível, pela política pensada amplamente, como antídoto ao economicismo.


A globalização não é somente o novo dogma dos economistas, mas é principalmente a nova racionalidade das instituições internacionais e multilaterais e dos Estados nacionais; tudo acontece ou deve acontecer de uma determinada forma em da globalização.


Em síntese, a globalização é resultado de significativas alterações estruturais do processo de internacionalização. Na verdade, é uma nova fase do sistema capitalista. Dessa forma, o fato do capitalismo ter sido sempre mundial, não significa que a globalização é um processo antigo.


Simplificadamente, a mundialização pode ser entendida como o resultado da multiplicação e da intensificação das relações que se estabelecem entre os agentes económicos situados nos mais diferentes pontos do espaço mundial.


Desde os anos 80, a progressão de vários fenómenos novos envolvem uma dimensão que ultrapassa as fronteiras nacionais e deu origem a uma série de interpretações académicas que incorporaram os termos mundialização e globalização. Esta fase nova do desenvolvimento do sistema económico capitalista, é caracterizada pelo predomínio da dimensão que ultrapassa o quadro nacional e que vai além da dimensão internacional tradicional.


Em diversas análises, a Mundialização é percebida como uma mudança qualitativa no quadro dos processos de internacionalização anteriores.


Em suma, diante do que se encontra escrito em cima, ou seja, se a globalização não é um processo antigo, mas sim uma fase nova do sistema capitalista, a mundialização parece ser a característica principal da globalização, que na pior das hipóteses poderia ser utilizada como sinónimo de globalização, logicamente considerando-se as características estruturais (qualitativas e quantitativas) do processo de globalização.

Globalização dos mercados e oportunidades de crescimento



O processo de globalização das economias tem sido entendido como importante factor de desenvolvimento para os países. Foi assim para Europa Ocidental, Estados Unidos e Japão. Mas esse processo não foi e não é universal.

A globalização, hoje, tem como característica relevante um mercado no qual, a cada dia é visível a facilidade de comunicação, transmissão e processamento de informações, além da mobilidade internacional de capital.

O mercado globalizado é um mercado desregulado, sobre o qual os Estados possuem cada vez menos controle, é um mercado privatizado, com tudo aquilo que implica na transferência das decisões que tocam aos sectores de primeira necessidade. É um mercado caracterizado por uma competitividade exacerbada, que é invocada para proceder à fusões, às reconfigurações de empresas.

No contexto da globalização financeira, os sucessos das bolsas são julgados mais importantes do que o investimento na "riqueza das nações", quer dizer, na educação, na saúde ou na segurança. Trata-se de um mercado do qual podem fazer parte somente as empresas de alta intensidade tecnológica.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Aculturação



Trata-se de aculturação quando duas culturas distintas ou parecidas são absorvidas uma pela outra formando uma nova cultura diferente. Além disso aculturação pode ser também a absorção de uma cultura pela outra, onde essa nova cultura terá aspectos da cultura inicial e da cultura absorvida. Um exemplo típico desse fenómeno é a cultura romana que logo por ser tão similar à grega torna-se praticamente uma cultura denominada como cultura greco-romana.
Esse tipo de fenómeno acontece graças à convivência com outras culturas.

Com a crescente globalização a aculturação vem se a tornar um dos aspectos fundamentais na sociedade. Pela proximidade a grandes culturas e rapidez de comunicação entre os diferentes países do globo, cada cultura está a perder sua identificação cultural e social aderindo em parte a outras culturas.
Um exemplo disso é cultura ocidental similar em muitos países. Mesmo assim a aculturação não tira totalmente a identidade social de um povo, crendo-se que talvez no futuro não exista mais uma diferença cultural tão acentuada como a aquela que hoje ainda se observa entre alguns países.

Globalização Externa - Aldeia Global


O conceito de "aldeia global" criado por um sociólogo canadense chamado Marshall McLuhan que ficou mundialmente famoso ao publicar o livro "O meio é a mensagem" - RJ: Ed. Record,1969. Foi o primeiro filósofo das transformações sociais provocadas pela revolução tecnológica do computador e das telecomunicações.


Aldeia global quer dizer simplesmente que o progresso tecnológico estava reduzindo em todo o planeta à mesma situação que ocorre numa aldeia, ou seja, a possibilidade de se inter-comunicar directamente com qualquer pessoa que nela vive.


Como paradigma da aldeia global, ele elegeu a televisão, um meio de comunicação de massa em nível internacional, que começava a ser integrado via satélite. Esqueceu, no entanto, que as formas de comunicação da aldeia são essencialmente bidireccionais e entre dois indivíduos. Somente agora, com o telemóvel e a internet é que o conceito começa a se concretizar.


O princípio que preside a este conceito é o de um mundo interligado, com estreitas relações económicas, políticas e sociais, fruto da evolução das
Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC), particularmente da World Wide Web, diminuidoras das distâncias e das incompreensões entre as pessoas e promotor da emergência de uma consciência global interplanetária, pelo menos em teoria.

Essa profunda interligação entre todas as regiões do globo originaria uma poderosa teia de dependências mútuas e, desse modo, promoveria a solidariedade e a luta pelos mesmos ideais, ao nível, por exemplo da ecologia e da economia, em prol do
desenvolvimento sustentável da Terra, superfície e habitat desta "aldeia global".

Na verdade, não deixa de ser verdade que, como já evidenciava a teoria do
efeito borboleta (teoria do caos), um acontecimento em determinada parte do mundo tem efeitos a uma escala global, como mostra, por exemplo, as flutuações dos mercados financeiros mundiais. Neste sentido, o adjectivo global faria algum sentido, mas, apesar disso, seria restrito.

Na verdade, trata-se mais de um conceito filosófico e utópico do que real. Como afirmam muitos teóricos da
globalização e alguns críticos do conceito que aqui discutimos, o mundo está longe de viver numa "aldeia" e muito menos global: o conceito de aproximação das pessoas numa aldeia, em que todos se conhecem e participam na vida e nas decisões comunitárias não se coaduna com a ideia de sociedade contemporânea. Além disso, partindo da ideia que o mundo está, de facto, interconectado, não deixa de ser verdade que, nesta aldeia, de nome tão utópico e optimista, muitos são os excluídos (basta lembrar o número de habitantes ligados à internet em algumas regiões africanas).

Para termos uma ideia deste conceito, é preciso, pois, lembrarmos a sua ambivalência: por um lado, saber que parte do pressuposto de uma maior aproximação entre as pessoas e da consequente necessidade de uma responsabilidade e responsabilização global; por outro, saber que é um conceito exclusivo e, como tal, excludente.

Globalização e a Sociedade de Informação



Sociedade da informação é um termo que também pode ser chamado de Sociedade do conhecimento ou Nova economia, surgiu no fim do
Século XX vinda da expressão Globalização. Este tipo de sociedade encontra-se em processo de formação e expansão.


A
Sociedade da Informação é uma nova Era, onde as transmissões de dados são de baixo custo e as tecnologias de armazenamento são amplamente utilizadas, onde a informação flui a velocidades e em quantidades, antes inimagináveis, assumindo valores políticos, religiosos, sociais, antropológicos, económicos, fundamentais e etc.

A sociedade da informação é a consequência da explosão informacional, caracterizada sobretudo pela aceleração dos processos de produção e de
disseminação da informação e do conhecimento. Esta sociedade caracteriza-se pelo elevado número de actividades produtivas que dependem da gestão de fluxos informacionais, aliado ao uso intenso das novas tecnologias de informação e comunicação.

Surge como um novo modo de evitar a exclusão social e para dar oportunidades aos menos favorecidos.

A Globalização nos Serviços


Economistas norte-americanos têm reunido dados e estatísticas para dimensionar o impacto real do “international outsourcing”, ou seja, da terciarização internacional, para avaliar, além dos dados empíricos, a relação real entre a criação de empregos fora do país e a destruição de empregos nos Estados Unidos.


O caso mais evidente refere-se à Índia e ao seu sector de tecnologia.Esse não é um fenómeno isolado. A Comissão Económica para a Europa das Nações Unidas tem-se debruçado sobre o assunto, pois a terciarização internacional tem ocorrido em toda a Europa, principalmente no Leste Europeu.Essa terciarização, no geral identificada nos sectores de tecnologia, informação e comunicação, alcança uma grande variedade de serviços, como embalagem, montagem, logística, entre outros.


Analisados à distância, o que vemos é a globalização do sector de serviços, a uma velocidade maior que a capacidade dos governos de regulamentá-las.Há, basicamente, dois tipos de inserção num mercado globalizado. No modelo presencial, a empresa deve se instalar no local onde está a demanda, e aí cabe um sem número de conexões e formas de trabalho com a matriz. No outro modelo, que podemos chamar de exportador, a empresa não precisa estar onde está a demanda. Os dois se aplicam também à área de serviços.


Há poucos anos, discutia-se sobre a inserção do sector de serviços que indicavam que os governos protegeriam seus mercados contra a entrada dos estrangeiros. Discutia-se a imposição de equivalência curricular para os serviços profissionais e a necessidade de um sócio natural do país hóspede fazer parte de uma empresa prestadora de serviços. Também se cogitava a limitação percentual do capital social que poderia ficar em mãos estrangeiras, além de barreiras operacional, financeira e tributária.


Uma boa parte do sector de serviços não saiu de seus países para se globalizar. Sem sair do seu país, as empresas prestam serviços a todo o mundo. O interessante nesse modelo, é que, na maioria dos casos, ele acaba com paradigma clássico da globalização pelo qual se imaginava a massificação dos bens e produtos. Seria impossível para um hindu atender a uma dúvida de um cliente nos Estados Unidos sem se adequar à cultura do país.


Da mesma forma como é impossível vender um software brasileiro de gestão para outro país sem adequá-lo aos padrões financeiros, tributários e operacionais daquele país.Na área de serviços profissionais, há exemplos interessantes, como na advocacia, só para citar um em que temos experiência diária. Nesse sector, empresas globais contratam do exterior, escritórios locais. A contratação pode ser desde uma auditoria na filial brasileira, uma consulta sobre nossa legislação, ou até a participação em um projecto global.


Este nível de globalização seria impossível sem o estágio de desenvolvimento tecnológico em que vivemos. O fascinante da globalização dos serviços é que ela pode ser ampliada para uma prestação de serviços de maneira ainda mais complexa, atendendo a cadeias de clientes ainda mais dispersos. Porém, nunca será massificada.

Aspectos negativos da globalização financeira:



O rol dos problemas encarados pelos países em desenvolvimento, devido à súbita exposição às tentações e rigores de um mercado financeiro globalizado, aumenta cada vez mais. Os riscos macroeconómicos da maciça entrada de capitais nas economias de países em desenvolvimento merecem especial destaque, em virtude da rapidez com que suas consequências podem ser sentidas. Cumpre mencionar, inicialmente, os efeitos cambiais e monetários.


Em um regime de câmbio fixo, uma entrada líquida de capitais externos implicará a emissão de moeda por parte do Banco Central em montante equivalente, de modo a honrar seu compromisso de adquirir as divisas estrangeiras pela taxa de câmbio oficial.

Percebe-se, assim, que, tudo o mais constante, a entrada de capitais provocará o efeito de expansão monetária, com possíveis impactos sobre a taxa de inflação doméstica.

Contrariamente, uma súbita reversão do fluxo financeiro, com saída líquida de capitais, acarretará o efeito oposto de contracção monetária, trazendo em seu núcleo uma provável recessão doméstica, à mercê da contracção do crédito.

Aspectos positivos da globalização financeira:



Os aspectos considerados positivos são mais facilmente identificáveis e de maior aceitação. De modo geral, supõe-se que a maior oferta de capitais disponível aos países emergentes, o acesso desimpedido de seus governos e empresas aos recursos de uma poupança virtualmente mundial e os baixos custos de informação e de transação prevalecentes, devem contribuir para se obter:

  • maior disponibilidade de poupança, condição necessária para a elevação da taxa de crescimento econômico;
  • maior eficiência nos investimentos, direcionando os recursos existentes para as oportunidades mais produtivas;
  • disponibilidade de instrumentos para melhor gerenciamento de riscos financeiros, por parte de governos e empresas,
  • maior facilidade de financiamento de déficits fiscais, já que os governos deixam de depender apenas dos mercados domésticos.

Globalização Financeira


O presente ensaio tem por objectivo analisar sucintamente, o fenómeno da globalização financeira, apresentando os seus aspectos positivos e negativos, bem como seu impacto sobre a economia.


O primeiro destes impactos, diz respeito à maior integração entre os sistemas financeiros nacionais, destacando-se os países desenvolvidos e os "mercados emergentes" (como o Brasil, por exemplo). Esse facto manifesta-se, quando se percebe que existe uma proporção crescente de activos financeiros emitidos por residentes.


O segundo impacto, dá-se com o aumento da concorrência nos mercados internacionais de capitais, manifestado por transacções financeiras internacionais, envolvendo os bancos de um lado, e instituições financeiras de outros.


E o terceiro, ocorre com a extraordinária expansão dos fluxos de capitais (títulos, acções, empréstimos, financiamento, moedas e derivativos), em todos os mercados integrantes do sistema financeiro internacional.


O balanço de vantagens e desvantagens da globalização financeira tem especial importância para as nações em desenvolvimento, surpreendidas, pela explosão desse fenómeno e com a intensidade de seus efeitos.

Modificações na Produção, no Emprego e no Consumo


Nos últimos anos, o processo de internacionalização das economias tem-se vindo a acentuar, onde se nota uma crescente evolução no comércio mundial que apresenta valores superiores que os da produção.


Os mercados mundializam-se, não só quantitativamente como também qualitativamente, embora se desenhe alguma homogeneização dos estilos de vida, pelo menos nas classes médias e para alguns bens de consumo.


Nos finais do século XIX, as grandes empresas concentravam as suas vendas num único mercado – o mercado nacional, porque sentiram a necessidade do alargamento dos mercados, para tal, desenvolveram-se estratégias de internacionalização.


Actualmente, muitas ETN são já empresas globais, voltando assim a dirigir-se para um mercado único – o mercado planetário com estruturas organizativas e produtivas muito mais eficientes.


Com o objectivo de baixar os custos de produção as ETN desmultiplicam a produção pelo planeta.


Exemplo 4: os salários são todos muito diferentes, analisamos os salários na industria em 1995, em francos franceses, e deparamo-nos que é a Alemanha que goza de um valor maior, com 159,4, seguidamente vem a Suiça, com um valor de 146,4, posteriormente vem a Bélgica com um valor de 134, vinte posições em cima, encontra-se Portugal, cujo valor é de 26,7, o primeiro pais na tabela é o Sri Lanka e cujo valor é 2,2.


Desenvolve-se então uma hierarquia nos espaços produtivos e uma especialização à escala mundial:



  • A indústria química e alguns bens de equipamento localizam-se na Alemanha,


  • A aeronáutica, logística e serviços financeiros, nos EUA,


  • A indústria automóvel e a electrónica destinada ao consumo, no Japão,


  • Nos NPI concentram-se as indústrias poluidoras e mais tradicionais como o têxtil, vestuário, brinquedos, construção naval e electrónica para o consumo.

Esta diferenciação das produções reforça as interdependências, mas por outro lado, as ETN articulam as economias de escala associadas à produção em série dos componentes em a diferenciação do produto final, em função das característica de economia local e da segmentação do mercado.

A Globalização

Podemos dizer que a globalização é um processo económico e social que estabelece uma integração entre os países e as pessoas do mundo todo. Através deste processo, as pessoas, os governos e as empresas trocam ideias, realizam transacções financeiras e comerciais e espalham aspectos culturais pelos quatro cantos do planeta.

As fontes de informação também se uniformizam perante a crescente popularização dos canais televisivos, o que origina desdobramentos da globalização.

O conceito de Aldeia Global encaixa-se neste contexto, pois está relacionado com a criação de uma rede de conexões, que deixam as distâncias cada vez mais curtas, facilitando as relações culturais e económicas de forma rápida e eficiente.

· Exemplo 1: Vemos hoje uma indústria de automóveis que fabrica um mesmo modelo de carro em montadoras de 3 países diferentes e vende-os em outros 5 países. As empresas não ficam mais restritas a um país, seja como vendedora ou produtora.

1. Os Que Chegam


A globalização acentuou de forma dramática a percepção das desigualdades entre os povos.

A vida para dois terços da Humanidade tornou-se um sofrimento e privação quotidiana. Milhões morrem à fome, sabendo que noutra parte do mundo outros morrem por obesidade, atolados no consumismo. Olham à sua volta e constam que nada tem do que a outros sobra. Muitos não suportando tanta privação, todos os anos partem das suas terras em busca do seu quinhão na Europa, EUA ou num outro qualquer mítico paraíso. Estão dispostos a tudo, menos a continuarem a suportar a privação. É uma luta de vida ou de morte.

Os que conseguem chegar ao "paraíso", o que encontram é trabalho escravo, a luta infernal pela sobrevivência dia após dia. A esmagadora maioria aceita trabalhar e viver à margem da lei e em condições infra-humanas para os padrões locais.

Não tardam em se aperceberem que não passam de mão-de-obra barata, sem direitos de espécie nenhuma. Sobre estes pobres imigrantes acaba por recair a acusação de estarem a destruir direitos dos trabalhadores que duramente os conquistaram nos países que agora os acolhem.

Não tardam também em tomarem consciência que neste processo estão igualmente a serem usados pelos Estados. Quanto mais entraves burocráticos lhes impõe à legalização, mais os forçam a viverem na clandestinidade ao sabor das máfias e maior é a pressão sobre os restantes trabalhadores. Na verdade, quanto maior for o contingente de clandestinos no mercado de trabalho, maior será pressão sobre os que estão legalizados para aceitarem uma generalizada precarização das relações laborais, assim como maiores jornadas de trabalho e uma redução nos salários.

2. Os Que Perdem

A globalização ao abrir as fronteiras ao comércio mundial e desenvolveu a competição entre empresas e trabalhadores de todo o mundo. Nesta competição global, a única forma de sobrevivência possível é produzir mais e mais barato.

Nos países onde se concentram dois terços da Humanidade, milhões de crianças são usadas nesta competição global. A escravatura tornou-se uma prática corrente. É certo que milhões de pessoas nunca conheceram outra.

Acontece que as migalhas para dois terços da Humanidade, representam para o outro terço o desemprego, o fim das estruturas de segurança social, a quebra dos laços de solidariedade, etc. Estes são os efeitos perversos da competição à escala global.
3. Os Novos Predadores


O mundo assiste hoje à globalização da especulação financeira. Os novos predadores aniquilam sectores económicos inteiros de países em operações bolsistas. O capital não tem pátria, nem limites para a sua acumulação. Os meios usados perderam toda a conotação moral, estão convertidos em simples "operações" financeiras.

O mundo assiste hoje à expansão do consumismo numa lógica predadora de recursos. Um terço da Humanidade consome de forma impulsiva. Pouco lhe interessa quem fabricou os produtos, as
condições em que os fez e a que custo. O que verdadeiramente conta é que os mesmos lhes agradem e os possa adquirir.

Face a este panorama, os direitos humanos se são a única referência consistente, são também uma referência vazia de sentido para a maior parte da Humanidade, para a qual a questão prioritária é a da sobrevivência física dia após dia.

Nos últimos anos, o processo de internacionalização das economias tem-se vindo a acentuar a um ritmo superior da produção, o que origina uma mundialização nos mercados, onde os mercados financeiros actuam em rede, à escala mundial e quase continuamente, apoiados na liberalização dos movimentos de capital e nas tecnologias de informação.


Existem vários agentes da globalização, e são eles:
  • G8,
  • FMI,
  • Banco Mundial,
  • GATT/OMC,
  • ETN,
  • Mercados Financeiros,
  • Estados-Nação,
  • ONG.

Porque é que os mercados financeiros têm cada vez mais importância?


Porque a globalização apenas satisfaz 1/5 da Humanidade, no Norte e no Sul a coesão social vai enfraquecendo o que origina um maior aparecimento dos mercados financeiros bem como a sua importância.


Os mercados financeiros actuam em rede à escala mundial apoiados pela liberalização e pelas Ti’s.


Deparamo-nos então com a necessidade de regulamentar os movimentos de capitais, para tal á que cooperar relativamente às políticas cambiais e no seguimento desta cooperação, pôr-se a hipótese da criação de uma moeda asiática.

Com todas estas grandes alterações, os governos nacionais foram perdendo autonomia, como consequente o poder dos mercados e as decisões de OMC e de outras organizações supranacionais contrapõem-se aos Estados-Nação.


Exemplo 2: a Ásia é a região que recebe mais investimentos estrangeiros, e a China aparece na liderança. Mercados em grande crescimento, mão-de-obra barata e excelentes níveis de produtividade são argumentos muito fortes. Hoje em dia, os países em desenvolvimentos com maior crescimento são aqueles que conseguem uma maior captação dos investimentos estrangeiros.


Isto vai ter consequências na economia, esta torna-se cada vez mais interdependente e estruturada em subconjuntos regionais, a partir dos pólos que constituem a Tríade. Estes subconjuntos, ou seja, as organizações de integração económica regional, são um escalão intermédio entre o Estado-Nação e a economia mundial.


Na Europa a integração económica encontra-se numa fase avançada com tendência para se alargar aos países da Europa Central e do Leste. O outro espaço de integração económica é a união aduaneira formada pela EU e pelos três países mediterrânicos (Turquia, Chipre e Malta).


No continente americano, o NAFTA, que entrou em vigor em 1994, constitui um círculo de integração económica que os EUA pretendem alargar ao resto do continente; o Mercosul, que agrupa as economias emergentes da América do Sul, tem tido uma evolução muito positiva, associada ao crescimento económico, nos anos 90.


Na Ásia, a ASEAN tem como objectivo transformar-se numa zona de comércio livre. A APEC surgiu, em 1989, devido à crescente interdependência das economias dos países de Ásia e do Pacífico, com o objectivo de penetração no mercado americano.


Exemplo 3: existe cada vez uma interdependência dos mercados financeiros, desde que o governos de Taiwan optou em Outubro de 1997 por deixar flutuar livremente a sua moeda, Hong Kong ficou praticamente sozinha, a manter relações com o dólar americano.


As instituições financeiras europeias, ultrapassaram as suas congéneres japonesas. O dinamismo destas economias, por um lado, e a elevado liquidez dos bancos europeus, foram responsáveis pelos vultuosos empréstimos concedidos às economias emergentes de Sudoeste asiático.


As desvalorizações das moedas locais têm sido muito acentuadas, por outro lado, as carteiras de encomendas e os projectos em curso estão a sofrer reduções associadas às elevadas dívidas externas destas economias, com repercussões nos países que compõem os pólos da Tríade.








Origens da Globalização


A globalização é um fenómeno capitalista e complexo, que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial.


Mas o seu conteúdo passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a globalização como resultado dos pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da
Revolução Tecnológica.

Defendiam-se a existência de duas vertentes para o desenvolvimento da globalização, uma diz-nos que a expansão comercial e marítima europeia foram o caminho pelo qual o capitalismo se desenvolveu bem como a globalização, mas a outra vertente aposta que o surgimento da globalização se deu com a acentuação do
mercado financeiro e com o surgimento de novos produtos financeiros.



A História da Globalização


Tendo uma visão apenas da Globalização económica na História, vamos encontrá-la já muito antes do Império Romano. A Globalização aparece na constituição do Império Chinês; na civilização egípcia, que manteve o domínio de todo o continente africano; Na Grécia, que apesar das cidades-estado, que mesmo independentes viam uma globalização da economia. O que os Romanos fizeram foi jurisdicizar a Globalização da economia. Os gregos descobriram o direito. Mas é em Roma que o direito surge como instrumento de poder, pois só assim os romanos poderiam organizar e controlar o Estado. Além disso, com a expansão territorial, os romanos vêem-se obrigados a construir uma rede de estradas, que possibilitou a comercialização e a comunicação entre os diversos povos.


Porque é que os portugueses se lançaram às grandes descobertas? Não só para se proteger dos mouros espanhóis, mas também para procurar novas rotas comerciais de globalização. Nestes séculos (XIV e XV) ocorreram um descompasso entre a capacidade de produção e consumo. O resultado disso foi uma produtividade baixa e falta de alimento para abastecer os núcleos urbanos, enquanto a produção artesanal não tinha um mercado consumidor, a solução para esses problemas estava na exploração de novos mercados, capazes de fornecer alimentos e metais a ao mesmo tempo, aptos a consumir os produtos artesanais europeus.


Outro exemplo que temos é do século XIX, que se chama Imperialismo ou neocolonialismo. Ocorreu quando a economia europeia entrou em crise, pois as fábricas estavam a produzir cada vez mais mercadorias em menos tempo, assim, com uma superprodução, os preços e os juros dispararam. Na tentativa de superar a crise, os países europeus, EUA e Japão foram buscar mercados para escoar o excesso de produção e capitais.


Cada economia industrializada queria mercados cativos, transformando o continente Africano e Asiático num centro fornecedor de matéria-prima e consumidores de produtos industrializados, gerando com isso um alto grau de exploração e dependência económica.


Podemos comparar essa dependência económica e exploração com os dias de hoje, pois é difícil de acreditar na possibilidade que os países desenvolvidos foram generosos com os demais, os emergentes e subdesenvolvidos.

Já no final dos anos 70, os economistas começaram a difundir o conceito de globalização, usada para definir um cenário em que as relações de comércio entre os países fossem mais frequentes e facilitadas. Depois, o termo passou a ser usado fora das discussões económicas.


Assim, as barreiras comerciais entre os países, começaram a cair, com a diminuição de impostos sobre importações, o fortalecimento de grupos internacionais (como o Mercosul ou a Comunidade Europeia) e o incentivo do governo de cada país à instalação de empresas estrangeiras em seu território.

quarta-feira, 16 de maio de 2007


Globalização, será que é para todos?


Paz sempre foi o principal desejo dos homens. Seria possível durante horas citar hinos e obras de arte que oram por ela. A paz nós almejamos, pois sabemos que a discórdia gera a violência, que sempre extingue vidas humanas.
A despeito deste antigo anseio, a humanidade praticamente nunca desfrutou de plena paz. Discórdia e guerra sempre inflamaram ali e acolá. Entretanto, etnólogos afirmam que biologicamente o homem está entre os seres vivos mais tolerantes: ele consegue com mais êxito dividir o ar com os de sua espécie do que faria a maioria dos outros seres vivos.
A discórdia e a guerra entre os homens não são geradas biologicamente por determinados instintos, mas por arraigados estereótipos culturais. Disso segue que atingir a paz não é impossível, embora - a experiêcia nos ensina sobre isso - dificílima. O tema principal de nosso congresso procura uma resposta à pergunta "Globalização - uma chance para a paz?". Primeiramente, será útil examinar um pouco: o que em suma nós entendemos por "globalização"? A globalização está entre os mais discutidos conceitos da atualidade.
Tem-se as mais diversas posturas a seu respeito, principalmente por ter muitas facetas, tais como: econômica (com ênfase em finanças), ecológica, psicológica, cultural, de comunicação e, não por último, política. Para diversos homens esta ou aquela faceta pode parecer mais essêncial, e a opinião comum a respeito da globalização em suma pode ser definida da relação com aquela faceta.